Corpos executando movimentos leves e artísticos embalados pela música e em perfeita sintonia: quem olha de longe pensa que as atletas do nado sincronizado flutuam, tamanha a delicadeza de seus ágeis movimentos. No entanto, o esporte exige força, resistência e flexibilidade.
Com fundamentos de natação, dança e ginástica, o nado sincronizado alia esporte e arte. Sua primeira aparição nas Olimpíadas, evento em que ganha mais destaque, aconteceu em 1984, em Los Angeles, mas naquela edição não houve competição, apenas apresentações.
Apesar de a primeira participação nas Olimpíadas ser recente, a história do nado sincronizado teve início ainda no século 19. Sua origem é incerta, porém, acredita-se que a modalidade tenha surgido como uma brincadeira de pessoas que faziam acrobacias e movimentos na água e que acabaram, após algum aperfeiçoamento, ganhando o nome de ballet aquático.
O primeiro evento que contou com uma apresentação do esporte ocorreu em 1907, em Nova York, quando uma atleta australiana se apresentou em um tanque de vidro. O termo nado sincronizado, no entanto, foi utilizado apenas em 1934, durante a Feira Mundial de Chicago, ocasião que foi o pontapé para que a modalidade tivesse destaque.
Atualmente, apenas mulheres podem participar das competições nos Jogos Olímpicos, entretanto, muitos homens praticam o esporte desde a sua origem.
As regras do nado sincronizado
Nas Olimpíadas, o nado sincronizado pode ser disputado em dueto ou em equipes de até oito atletas – nove podem ser inscritas, mas apenas oito se apresentam. A piscina deve ter algumas especificidades: a temperatura da água deve ser de 26o C e ela deve ter 3 metros de profundidade, 20 metros de comprimento e 30 metros de largura. Além disso, a piscina deve estar equipada com alto falantes para garantir que as atletas ouçam a música mesmo embaixo d’água.
As competições são divididas em duas partes: a primeira é a rotina técnica, em que as atletas precisam executar movimentos obrigatórios em um tempo de 2 minutos e 20 segundos para duetos e 2 minutos e 50 segundos para equipes.
Já a segunda rotina, chamada livre, dá liberdade para que as nadadoras possam realizar apresentações sem obrigatoriedade de movimentos. Nesta etapa, o tempo para duetos é de 4 minutos, enquanto as equipes têm 5 minutos para completar a apresentação.
As apresentações são julgadas por uma bancada que também se divide para a análise. Uma parcela dos juízes analisa a parte técnica e a obrigatoriedade da execução dos movimentos, como o controle da atleta em relação à altura, técnica e suavidade dos movimentos, e o desenho dos movimentos, isto é, se a atleta cumpriu os ângulos e posições do corpo solicitados em cada um deles.
Já a outra parcela da bancada avalia a parte artística apresentada pelas atletas, analisando a sincronia entre elas e a utilização que fazem da piscina, que deve ser plena. Ao fim da competição, a pior e a melhor nota de cada bancada são eliminadas e é feita a média da pontuação restante para chegar à nota final e ao resultado da competição.
Os movimentos obrigatórios
Para quem está só assistindo, os movimentos parecem fáceis, não é? Mas sob a água é necessário muita força e flexibilidade para apresentar os movimentos obrigatórios e manter a sintonia com a música e com as outras atletas da equipe. Conheça alguns movimentos:
- Guindaste: as atletas ficam de cabeça para baixo e apenas as pernas aparecem sobre a água. Com uma perna em linha horizontal, exatamente no nível da água, e a outra em vertical, forma-se um ângulo de 90o entre as duas pernas;
- Abertura: também de cabeça para baixo e apenas com as pernas à mostra, as atletas de posicionam com as duas pernas abertas, deixando-as retas e formando um ângulo de 180o;
- Vertical: com o nível da água entre joelhos e quadris, as atletas realizam um giro de 360o em linha reta em direção ao fundo da piscina;
- Cancan: as atletas se posicionam na horizontal e erguem uma perna, formando um ângulo de 90o, como na dança que dá nome ao movimento;
- Arco: de cabeça para baixo e embaixo d’água, as atletas voltam braços e pernas para trás, formando um arco ou uma figura que lembra a letra C.
Que tal colocar alguns movimentos em prática também? Se você gostou da modalidade, procure a ajuda de clubes ou profissionais especializados em nado sincronizado e mostre que também sabe combinar esporte e arte!
Não importa a modalidade, piscina saudável é essencial
Além de oferecer aprendizado sobre natação, ginástica e dança, o nado sincronizado ainda promove alguns benefícios para a saúde, como a melhora da respiração, a tonificação de músculos e o fortalecimento de articulações e ligamentos.
E falando em saúde, não se esqueça de verificar a sua piscina antes de se aventurar em um novo esporte ou apenas curtir um bom banho. Afinal, piscina limpa é sinônimo de piscina saudável, perfeita para se divertir!