Quando o clima está mais quente, um dos cenários que logo remetem à diversão é um espaço com piscina, concorda? Entretanto, para que ele realmente seja sinônimo de alegria e bons momentos com a família e os amigos, é preciso ficar bem atento às medidas de segurança para evitar acidentes. O assunto é tão relevante que, em outro post, inclusive, já explicamos a importância de ter equipamentos específicos para a segurança nas piscinas. Agora, para complementar o assunto, vamos falar sobre como evitar casos de afogamento.
É, sem dúvida, um tema desagradável, mas que precisa ser sempre lembrado. Afinal, uma boa prevenção pode evitar a maioria das ocorrências, cerca de 85% delas no mundo, de acordo com estimativas publicadas na revista médica The New England Journal of Medicine. Para se ter uma ideia, 53% dos casos de afogamento cujas vítimas são crianças de até 9 anos acontecem em piscinas, conforme indica a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o que mostra o perigo que esses locais podem oferecer quando utilizados de forma incorreta.
Mas não pense que os adultos estão livres dos cuidados. Todos precisam ficar atentos às medidas de segurança, por mais que, muitas vezes, tenham domínio da natação.
Medidas de prevenção contra afogamento na piscina
De acordo com o Corpo de Bombeiros Paraná, normalmente as pessoas não adotam todos os cuidados para prevenir afogamento. Apenas quando acontecem casos próximos é que ficam mais atentas ao perigo. Entretanto, é preciso ressaltar que se adiantar ao problema é sempre a melhor opção para garantir a segurança de todos os banhistas, por isso, o órgão, junto com a Defesa Civil de seu estado, indica os seguintes procedimentos:
1 – Não nade após as refeições
Como as mães costumam dizer, ir para a piscina após as refeições pode fazer mal. Isso porque, nesses horários, o organismo direciona um fluxo maior de sangue e de oxigênio para o sistema digestivo e, quando a pessoa nada, os músculos passam a competir por eles. O resultado é que o banhista pode passar mal e desmaiar na piscina, ocasionando o afogamento.
2 – Tenha grades ao redor da piscina
Quando o espaço não estiver em uso, é importante dificultar o acesso a ele, principalmente quando há crianças, idosos e animais de estimação por perto. Nesse sentido, um dos equipamentos indicados são grades específicas para rodear a piscina. Elas devem ter uma altura de 1,5 m e serem equipadas com portões com trava e fechamento automático.
3 – Prefira coletes salva-vidas
Boias de braços ou flutuadores não garantem a segurança necessária para os banhistas que não sabem nadar, principalmente no caso de crianças. Por isso, opte por coletes salva-vidas e lembre-se de que precisam ter o tamanho certo do usuário.
4 – Não deixe brinquedos próximos à piscina
Quem cuida de crianças sabe que elas somem da nossa vista como num passe de mágica, ainda mais se estão em busca de algo que acharam interessante. Por isso, nunca deixe brinquedos na área da piscina (ao redor ou dentro), pois os pequenos podem buscá-los e cair na água sem que ninguém perceba. Melhor evitar, não é verdade?
5 – Desligue o filtro quando houver banhistas na piscina
O filtro funciona junto com a bomba, a responsável por sugar a água da piscina e levá-la para o mecanismo de limpeza. Dessa forma, quando estão ativos e não há proteção necessária, existe o risco de que cabelos ou partes do corpo dos banhistas (crianças, neste último caso) sejam sugados e fiquem presos, impedindo que consigam voltar à superfície. Por isso, é importante desligar os equipamentos durante o uso do espaço e utilizar ralos antiaprisionamento.
6 – Não pratique respiração submersa sem a devida supervisão
Treinar a respiração é essencial para um bom desempenho nas atividades aquáticas, mas isso precisa ser feito sob supervisão, principalmente para os iniciantes que não têm prática na atividade. Esta é uma forma de garantir segurança, caso ocorra algum problema. O mesmo princípio vale para nados submersos.
7 – Tenha atenção na hora de mergulhar
Mergulhar na piscina é muito legal, entretanto, é preciso ter certeza de que a profundidade é adequada para isso. O ideal é que atividades de saltos e mergulhos sejam feitas em profundidades de, no mínimo, 2 m e o espaço deve estar sinalizado com placas.
8 – Evite choque térmico
Este é um dos problemas que podem surgir no verão, quando a temperatura do ambiente é mais alta que a da água, de modo que há um choque de temperatura quando as pessoas entram na piscina. Esse choque térmico pode fazer o banhista passar mal, o que, consequentemente, aumenta os riscos de afogamento. Indica-se, então, molhar o rosto, a nuca, os pés e os pulsos antes de entrar na piscina.
9 – Evite brincadeiras violentas
Brincadeiras como luta e “cavalinho” podem ser perigosas devido aos movimentos bruscos e às possíveis quedas. Com isso, as chances de os banhistas baterem a cabeça com força e desmaiarem são maiores, o que pode terminar em afogamento. Caso a turma decida brincar dessa forma, tenha certeza de que a piscina tem espaço suficiente e redobre a atenção.
Primeiros socorros: o que fazer em casos de afogamento
Mesmo que você siga à risca os procedimentos para prevenção, é importante conhecer algumas medidas de primeiros socorros. Afinal, caso aconteça algum problema e algum banhista se afogue, são essas ações que garantem a vida e o bem-estar dele até que seja entregue aos cuidados de profissionais.
Assim que você identificar que uma pessoa está se afogando, ligue para os bombeiros e, depois disso, tente ajudá-la. Para isso, coloque-a na borda da piscina com a cabeça e o tronco na mesma linha horizontal. A água que foi aspirada não deve ser retirada, pois pode atrasar o início da ventilação e da oxigenação da pessoa, além de facilitar a ocorrência de vômito. Sendo assim, apenas pergunte se ela consegue ouvi-lo e, dependendo da resposta, proceda da seguinte forma:
Houve resposta
Se a pessoa falou, se movimentou ou indicou de alguma forma que o escutou é um sinal positivo. Significa que está consciente, respirando e com o coração batendo. Coloque-a em posição lateral de segurança e aguarde o socorro chegar.
Não houve resposta
Caso não haja resposta, a pessoa pode estar viva, mas desacordada, ou ter tido uma parada cardiorrespiratória. Dessa forma, siga o passo a passo:
- Coloque dois dedos da mão direita no queixo da pessoa e a mão esquerda na testa, esticando o pescoço, para abrir as vias aéreas;
- Verifique se existe respiração, ouvindo-a e sentido-a, além de observar se há movimento do tórax. Se a pessoa estiver respirando, coloque-a em posição lateral de segurança e aguarde o socorro. Caso contrário, continue o procedimento;
- Se não houver respiração, tampe o nariz com os dedos da mão que está segurando a testa e, com os outros dois dedos que estavam no queixo, abra a boca da vítima. Sopre o ar com força até que você observe a expansão do peito e seu esvaziamento em seguida. Repita o procedimento cinco vezes;
- Se ainda assim não houver resposta, é possível que o coração esteja parado. Passe os dois dedos que estavam no queixo pelo tórax e procure o encontro das duas últimas costelas. Coloque a mão que estava na testa no local e ponha a outra, utilizada na marcação, por cima. Faça 30 compressões cardíacas externas. Em crianças de até 9 anos, utilize apenas uma mão;
- Alterne duas ventilações com 30 compressões até que a vítima responda ou a equipe médica chegue ao local.
Para garantir a diversão das pessoas em uma piscina é preciso ter muito cuidado e ficar de olho naquelas que são mais vulneráveis. Por isso, siga nossas dicas de prevenção e evite a ocorrência de afogamento na sua piscina. Afinal, segurança é tudo!
E por falar nisso, não se esqueça de que manter a água da piscina bem tratada é essencial para a saúde dos banhistas. Por isso, confira o guia que preparamos com todas as informações necessárias para esse procedimento!